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24 de outubro de 2012

TEMPO DE DESACELERAR...
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O que fizemos com o tempo? Primeiro, sem dúvida foi separá-lo do espaço e, a seguir, dar um significado psicológico a ele. Começamos a invadir o futuro: sofremos por antecipação, por exemplo! Ou fazemos “replay” do passado – revivendo culpas, mágoas, ódios, tristezas, frustrações pretéritas.

Quanto ao presente – o aqui e agora – simplesmente não existe mais, pois engatamos o “piloto automático” , e feito zumbis, andamos, comemos, assistimos a vida passar sempre preocupados com o passado, ou com medo do futuro. Fazemos tudo igual, todos os dias, cada vez mais automáticos, indiferentes ou apavorados, irritados.

“Morrendo de medo” de algo: de morrer, de perder, da violência, da infidelidade, falir, desempregar e por aí vai, num rosário, numa lista interminável de fantasias irreais que povoam nossa mente, mente cada vez mais inquieta, hiperativa, acelerada.
É preciso relaxar! Esvaziar essa “pensação negativa” esse “lixão” que adoramos colher nos noticiários, velórios, fofocas, Facebook, celulares, TVs, rádios e jornais da vida. Relaxamento é o estado oposto ao estresse!

Ter paz de espírito, ainda que os filhos estejam aprontando, casamento indo mal, renegociando dívidas. É um estado interior, é o desacelerar da pensação. Entender que não mudamos o mundo! Mas mudar a cada um de nós mesmos é incrivelmente eficiente e saudável. Parar de depender de filho ir bem na escola, ser educado, afetivo, organizado com o quarto. Deixar de perder o humor querendo que o cônjuge seja o melhor amante, dedicado, carinhoso.

Realmente nada pior que depender do mundo externo para estar bem, para que nos sintamos bem! Pois sempre haverá algo desencaixado, alguma urgência familiar, um “tombo” nas finanças, o inesperado nos visitando. Sim, tudo é incerto, e a cada dia nos traz seus desafios, seus males e soluções.

O leão acorda para caçar a zebra e esta para fugir do leão. Depois que a poeira baixa, a zebra relaxa, volta a pastar e o leão volta para a sombra do seu covil. Amanhã...um novo dia.

Tudo a seu tempo e como sou o dono do meu, cabe a mim desacelerá-lo. Não deu? Paciência, faço depois. Errei? Perdão! Quero acertar na próxima. Não cheguei a tempo? Não tive o merecimento de usufruir o espetáculo? Tinha quatro coisas a fazer? Elejo uma, a mais prazerosa, renuncio as outras. Celular não para? Desligo, pois preciso dormir ou relaxar.

Notícias ruins? Assista a um bom filme. Compromisso, só assuma os imprescindíveis e produtivos. Como estão as pessoas que amo? Todas entregues a Deus e exercendo arbítrios e escolhas delas.

Vejo a lua bonita no sertão do Brasil, vejo o sol nascente no planalto central, leio um livro interessante, rio de uma lembrança engraçada. Sou livre, estou leve e vejo o mundo rapidamente se transformando.

Quero ter um tempo para entender, observar tantas mudanças! O dia continua a ter 24h, a semana 7 dias. Busco ter paz de espírito, e isso ninguém me doa, dinheiro não compra, afeto não sustenta!

Serenidade é processo individual, solitário, que uma vez alcançado me permite expandir para qualquer um que esteja próximo ou longe, não importa a distância a ser percorrida para quem vive o tempo de Deus!

Eduardo Hilliada Aquino

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