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21 de janeiro de 2011

A palavra tem poder

Há muito se tem dito sobre o poder das palavras, mas ainda há quem questione sobre a veracidade desta afirmação. Há oito anos como adepta e praticante dos ensinamentos da Seicho-No-Ie eu li, aprendi e vivenciei muitas experiências que confirmaram, para minha vida, essa verdade. As palavras dirigem nossos pensamentos para direções específicas e, de muitas formas, nos ajudam a criar a nossa realidade, potencializando ou limitando nossas capacidades. A habilidade de usar bem as palavras é essencial para uma boa comunicação e fundamentalmente, é essencial para a formação do nosso destino.

A escritora Lya Luft afirma que a palavra faz parte da essência do ser humano, pois com ela nos acercamos do outro, nos entregamos ou nos negamos, apaziguamos, ferimos e matamos. Com a palavra, liquidamos negócios, amores. Uma palavra confere o nome ao filho que nasce e ao navio que transportará vidas ou armas. “Vá”, “Venha”, “Fique”, “Eu vou”, “Eu não sei”, “Eu quero, mas não posso”, “Eu não sou capaz”, “Sim, eu mereço” - dessa forma, marcamos as nossas escolhas. Viemos ao mundo para dar nomes às coisas: dessa forma nos tornamos senhores delas ou servos de quem as batizar antes de nós.

Devemos tomar cuidado com as palavras que falamos com os nossos filhos, esposa ou marido, namorado (a) colegas de trabalho. Se uma pessoa escuta demais “ela não tem jeito mesmo” ela se convencerá disto e num vai se ajeitar. Se alguém se convenceu de que é um “imbecil” ele provavelmente será um. Por outro lado, se a gente ouve elogios e palavras de estímulos como “você é capaz”, “eu confio em você”, “Deus te ama e eu também o amo”, isto constrói nossa auto-imagem e nos ajuda a vencer obstáculos e a vencer na vida. As palavras tem o poder de construir e de destruir uma pessoa. Dói mais uma palavra dita de forma agressiva do que um tapa. Palavras ferem mais que armas, porque as feridas não são visíveis e muitas vezes levam anos para serem dissolvidas dentro de nós. Transformam-se em mágoa, ressentimento, raiva, que aprisionadas por muito tempo, transformam-se até em câncer.

Entristeço-me quando vejo pessoas que eu amo utilizarem palavras negativas, principalmente quando isso implica a sugestão de situações ou acontecimentos ruins. Talvez por reconhecer o poder influenciador das palavras eu me coloco numa posição automática de crítica, porém, eu mesma tento a todo instante policiar minhas palavras e meus pensamentos, de modo a criar apenas coisas boas. Há uma explicação científica para o que estou dizendo- Uma pessoa ouve uma palavra ou frase, o cérebro imediatamente processa esse "dado sensorial" como uma imagem.

No caso da típica frase: Não faça isso! Freqüentemente, a imagem criada no cérebro é contrária à idéia que a pessoa está tentando falar. Na verdade, muitas vezes, é exatamente o oposto! Entretanto, em todas as áreas da comunicação humana torna-se importante, senão crítico, escolhermos conscientemente pala­vras para criar o efeito desejado que estamos procurando em cada situação do nosso cotidiano. Uma das mais curiosas palavras "NÃO" vem do fato de que, em termos de imagem visual, o cérebro não pode processar a palavra "não". É como se, dentro da mente humana a palavra "não" não existisse. Quando apresentado com um "não", o cérebro imediatamente cria uma imagem que "não" era para ser criada.Um exemplo para essa situação é o seguinte: Uma mãe dirige-se ao filho e diz as seguintes palavras: "Agora, querido, não derrame seu leite!" Qual é a imagem visual criada imediatamente na mente da criança? Claro: leite derramado!

Profunda admiradora do trabalho deste grande mestre, Osho, descrevo aqui um pequeno texto seu, onde ele fala como o ato de escolher bem as palavras é capaz de transformar nossos pensamentos e modificar nossa vida.

“Palavras não são apenas palavras. Elas têm disposições de ânimo, climas próprios.
Quando uma palavra se aloja dentro de você, ela traz um clima diferente à sua mente, uma abordagem diferente, uma visão diferente. Chame a mesma coisa de um nome diferente e perceberá: algo fica imediatamente diferente.
Existem as palavras dos sentimentos e as palavras intelectuais. Abandone cada vez mais as palavras intelectuais, use cada vez mais palavras dos sentimentos. Existem palavras políticas e palavras religiosas.

Abandone as palavras políticas. Existem palavras que imediatamente criam conflito. No momento em que você pronuncia, surgem discussões. Assim, nunca use uma linguagem lógica e argumentativa. Use a linguagem do afeto, do carinho, do amor, para que não surja discussão alguma.
Se você começar a ficar consciente disso, perceberá uma imensa mudança surgindo. Se você estiver um pouco alerta na vida, muitas infelicidades poderão ser evitadas. Uma única palavra pronunciada na inconsciência pode criar uma longa corrente de aflição.

Uma leve diferença, apenas uma virada muito pequena, e isso criam mudança. Você deveria ser muito cuidadoso e usar as palavras quando absolutamente necessário. Evite palavras contaminadas. Use palavras arejadas, não controversas, que não são argumentos, mas apenas expressões de suas impressões.

Se você puder se tornar um especialista em palavras, toda a sua vida será totalmente diferente. Se uma palavra trouxer infelicidade, raiva, conflito ou discussão, abandone-a. Qual é o sentido de carregá-la? Substitua-a por algo melhor. O melhor é o silêncio, depois é o canto, a poesia, o amor.”

O uso de palavras positivas é muito importante. Aliás, é o poder de utilizar as palavras que nos diferencia dos demais animais, e é a sintonia que as palavras transmitem, que nos fornece a sabedoria, o conhecimento e a capacidade de nos comunicar com Deus e com os Anjos. Façamos então, um bom uso deste poder que nos coloca mais próximos da nossa essência – que é divina e sagrada!

Um final de semana cheio de paz e harmonia a todos os meus leitores!