Pesquisar este blog

25 de novembro de 2010

Oração da Serenidade

"Senhor,
Que eu me permita olhar,  escutar e sonhar mais.
Falar menos.Chorar menos.
Ver nos olhos de quem me vê a admiração que eles me têm
e não a inveja que prepotentemente penso que têm.

Escutar com meus ouvidos atentos e minha boca estática,
as palavras que se fazem gestos e os gestos que se fazem palavras.
Permitir sempre escutar aquilo que eu não tenho me permitido escutar.
Saber realizar os sonhos que nascem em mim
e por mim e comigo morrem por eu não os saber sonhos.

Então, que eu possa viver os sonhos possíveis e os impossíveis;
aqueles que morrem e ressuscitam a cada novo fruto, a cada nova flor,
a cada novo calor, a cada nova geada, a cada novo dia.
Que eu possa sonhar o ar, sonhar o mar, sonhar o amar,
sonhar o amalgamar.

Que eu me permita o silêncio das formas, dos movimentos,
do impossível, da imensidão de toda profundeza.
Que eu possa substituir minhas palavras pelo toque,
pelo sentir, pelo compreender, pelo segredo das coisas mais raras,
pela oração mental (aquela que a alma cria e que só ela, a alma, ouve
e só ela, alma, responde).

Que eu saiba dimensionar o calor, experimentar a forma, vislumbrar as curvas,
desenhar as retas, e aprender o sabor da exuberância
que se mostra  nas pequenas manifestações da vida.
Que eu saiba reproduzir na alma a imagem que entra pelos meus olhos
fazendo-me parte suprema da natureza, criando-me e recriando-me  a cada instante.
Que eu possa chorar menos de tristeza e mais de contentamentos.

Que meu choro não seja em vão, que em vão não sejam minhas dúvidas.
Que eu saiba perder meus caminhos mas saiba recuperar meus destinos
com dignidade.
Que eu não tenha medo de nada, principalmente de mim mesma:
- Que eu não tenha medo de meus medos!
Que eu adormeça toda vez que for derramar lágrimas inúteis,
e desperte com o coração cheio de esperanças.

Que eu faça de mim uma pessoa serena dentro de minha própria turbulência,
sábia dentro de meus limites pequenos e inexatos, humilde diante de minhas grandezas tolas e ingênuas (que eu me mostre o quanto são pequenas
minhas grandezas e o quanto é valiosa minha pequenez).

Que eu me permita ser mãe, ser pai, e, se for preciso, ser órfão.
Permita-me eu ensinar o pouco que sei e aprender o muito que não sei,
traduzir o que os mestres ensinaram e compreender  a alegria
com que os simples traduzem suas experiências;
respeitar incondicionalmente o ser; o ser por si só,
por mais nada que possa ter além de sua essência,
auxiliar a solidão de quem chegou, render-me ao motivo de quem partiu
e aceitar a saudade de quem ficou.

Que eu possa amar e ser amada.
Que eu possa amar mesmo sem ser amada, fazer gentilezas quando recebo carinhos;fazer carinhos mesmo quando não recebo gentilezas.
Que eu jamais fique só, mesmo quando eu me queira só.

Que assim seja .... Amém"

22 de novembro de 2010

VOCÊ É A CAUSA DE TUDO


A grande maioria das pessoas atribui à sorte, ao azar, ao acaso ou a um poder superior a causa e o comando de tudo que lhes acontece na vida. Com isso, jamais procuram verificar a verdade sobre os fatos. Elas preferem optar por uma atitude conformista ou comodista, alimentando uma postura interna de vítimas que as faz sentirem-se coitadas.

Ficam hipnotizadas pela idéia de impotência diante de certos acontecimentos que consideram difíceis e sobre os quais não querem ter nenhum controle ou responsabilidade.

É comum, nas situações dolorosas que afetam a elas mesmas ou os outros, as pessoas se acovardarem, em vez de resistirem com coragem e determinação. Quando não compreendem a causa de certos acontecimentos catastróficos, alguns justificam seu comodismo com frases como: "Deus ou o destino quis assim" ou "Não aconteceu porque não era para ser". Outros preferem se revoltar a procurar desvendar a verdadeira realidade dos fatos. Reagir com comodismo ou revolta é preservar uma atitude de vítima. O "vitimismo" é sem dúvida o maior empecilho ao progresso da humanidade.
Você também pensa dessa maneira? Acredita que sorte, azar, acidentes, catástrofes, dramas, alegrias, enfim, as coisas que acontecem em sua vida são independentes de sua vontade? Considera que o acaso provoca as situações ruins? Imagina que existe algo movimentando sua vida e que você mesmo não tem participação alguma? Pensa que seus problemas são causados pela inveja dos outros ou pelo destino e não por sua condição interna?

Se você acredita nisso, provavelmente vive nas teias amargas do "coitado", pois se deixa levar ao sabor dos acontecimentos, já que está sob o domínio de uma força que considera ser independente de sua vontade. Pensar dessa maneira causa-lhe complicações e sofrimentos que reprimem a expressão de vida. Aquele que se julga vítima acredita que está no mundo para sofrer.

         Alimentar pensamentos dessa ordem não lhe permitirá usar seu poder de transformar os acontecimentos desagradáveis e edificar uma vida melhor.
         De modo geral, o ser humano crê na fatalidade, no acaso e na negligência. Quando "acidentes" acontecem, as pessoas imediatamente definem as ocorrências, sem dar a chance de perceber se há uma outra forma de encarar os fatos.
Explicar algo classificado como fatalidade não é uma tarefa fácil. Compreender o que está por trás de um acontecimento ruim exige certa predisposição a acatar o novo e abandonar os conceitos impregnados na humanidade.

Um acidente parece sempre algo inexplicável, e o acaso um mistério agindo aleatoriamente. Pensar desse modo é o mesmo que considerar que o nada pode fazer tudo, como realizar feitos extraordinários, provocar acidentes, promover sua demissão do emprego, fundir o motor de seu carro, causar uma infestação de cupins em sua casa e uma série de outros males que o rodeiam. Olhar a vida por essa óptica é acreditar que somos vítimas dos mecanismos naturais.

A idéia de sermos vítimas das fatalidades não é a melhor concepção de vida. É inaceitável crer que um ser superior governe tudo como um déspota ou mesmo que é o acaso que provoca todos os contratempos na vida das pessoas. Assim também não se pode acreditar que a natureza é caótica a ponto de cometer alguns lapsos em seus intrincados mecanismos de funcionamento.
A natureza é sábia, portanto para toda ação há sempre uma causa, mesmo quando nossa inteligência não consegue alcançar o conhecimento dos processos da vida. Quem segue sua intuição e busca uma outra visão dos acontecimentos, rompendo com a concepção do acaso e da injustiça, acaba encontrando as respostas para as ocorrências desagradáveis.

Experimente desafiar a idéia de fatalidade e busque a consciência das verdadeiras causas. Não acredite cegamente no que lhe foi passado. Procure obter uma vivência prática, observe as sensações de seu corpo, dê vazão à intuição. Esse procedimento possibilita desvendar a realidade dos acontecimentos.O "vitimismo" é uma forma infantil de lidar com os fatos.
De que modo então poderemos compreender os acidentes, as catástrofes e as situações problemáticas ou maravilhosas, se não cremos mais no acaso, se não responsabilizamos os outros, tampouco os atribuímos à vontade divina ou aos imperativos da vida?

Qual a explicação plausível para o que acontece de bom ou prejudicial em nossa vida? A resposta é: Você é a causa de tudo! É o centro de sua vida e senhor de seu próprio destino.
Caso suas condições de vida não estejam a contento e ela esteja repleta de impedimentos, relacionamentos difíceis, escassez de recursos econômicos, doenças, etc., é sinal de que você não está fazendo uso adequado de seus poderes naturais, os quais comandam seu destino. Acatar a consciência metafísica é abandonar o pretexto de atribuir ao externo suas frustrações internas; é reconhecer em si mesmo o referencial manifestador que cria a realidade, atraindo para si tudo de bom ou ruim que lhe acontece na vida.

A vantagem dessa mudança é que você resgata o poder natural e passa a ter capacidade para transformar as situações desagradáveis que estão à sua volta, alterando o curso de sua vida para melhor.
Se de um lado você perde o álibi que justifica suas inabilidades, por outro adquire o poder interior de intervir nas situações externas. Essa postura vai tirá-lo da passividade e da dependência dos outros ou da concessão das forças naturais, proporcionando as condições internas necessárias para edificar uma vida nova.
Inicialmente você pode estranhar essa nova concepção de vida. Para muitas pessoas é difícil pensar assim, aceitar como verdade o fato de que são elas que põem em movimento tudo que lhes acontece e não mais responsabilizar alguém — nem mesmo Deus — pelo que se passa com elas.

Você está disposto a encarar a vida por uma nova óptica? Isso exige parar de se colocar como vítima e se dar uma chance de estudar os acontecimentos por um outro ângulo. Esta é uma tarefa que requer tempo, observação e dedicação, porém os resultados serão promissores.
Empenhar-se na reformulação interior é um importante passo para o sucesso e a realização pessoal. Essa conduta opera significativas mudanças em sua forma de pensar e agir.
Renovado interiormente, você se tornará mais perspicaz para compreender o motivo de sua vida, seguir um caminho e não outro, e o significado de tantas adversidades. A vida não é estúpida nem inconseqüente, tampouco somos vítimas, mas sim os condutores de nosso próprio destino.
Mediante isso você não deve se sentir culpado. Se sua postura ao longo da vida foi de omissão, assuma a responsabilidade. Ser responsável é ter habilidade natural de criar respostas, passando a conduzir sua vida de forma consciente. Lúcido de seu direito de escolha, você vai agir com mais segurança, podendo evitar aborrecimentos e alcançar mais rápido a felicidade. Não confunda responsabilidade com obrigação.
         Obrigação é forçar você a fazer algo contra sua natureza, e responsabilidade é a consciência de seu poder de causar reações no mundo.

         Ser responsável é reconhecer e respeitar os próprios sentimentos, usar de bom senso e assumir o direito de escolha, podendo dar ou tirar a importância do que acontece ao redor. Você pode optar entre o positivo e o negativo de uma situação. Encarar os fatos com otimismo é considerar as perspectivas favoráveis, e com pessimismo é aceitar a derrota por antecedência. A qualquer momento pode-se acreditar ou desacreditar, só depende de você.

A consciência metafísica não irá privá-lo das experiências de vida, ela atenua a intensidade dos obstáculos porque o fortalece para enfrentá-los e favorece na transposição dos desafios, resgata o poder interior e promove o reconhecimento dos potenciais latentes na alma.



Vacapelli e Gasparetto – Metafísica da Saúde Volume I