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9 de abril de 2012

Reverenciar os pais

Um dia, certo mestre perguntou aos seus discípulos:
— Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?
Os discípulos pensaram por alguns momentos e um deles respondeu:
— As pessoas gritam quando estão aborrecidas, porque perdem a calma. Por isso elas gritam.
— Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado? Não seria possível falar-lhe em voz baixa? Perguntou o mestre.
Surgiram mais algumas respostas, mas nenhuma delas satisfazia ao mestre.
Finalmente ele explicou:

— As pessoas gritam quando estão aborrecidas porque os seus corações estão longe um do outro. Quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. E para cobrir essa distância precisam gritar para serem ouvidas. Quanto mais aborrecidas, mais forte terão que gritar para que possam escutar umas às outras através dessa grande distância. 

Em seguida ele acrescentou:
— Vocês já viram duas pessoas apaixonadas conversando? Passamos perto e não ouvimos absolutamente nada. E um casal apaixonado falando ao telefone? É impressionante, pois se nós que estamos ao lado de uma das pessoas não conseguimos ouvir nada, ficamos imaginando se o outro está ouvindo alguma coisa. É incrível, pois além de ouvir, ele ainda responde no mesmo tom de voz. Sabem por que eles conseguem ouvir? Porque os seus corações estão próximos e, conseqüentemente, a distância entre eles é pequena.

E o seu coração, está perto ou longe dos seus pais? Qual o seu tom de voz ao falar com seus pais?

Aprendemos na Bíblia que o 1º mandamento é: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu corpo, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”. Aprendemos também o 2º mandamento que diz: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Conseguimos dizer “Eu te amo” para os “próximos” distantes mas muitas vezes não conseguimos fazer o mesmo com os próximos mais próximos. Quando foi que você disse: pai, eu te amo; mãe, eu te amo?
O Supremo Presidente – Prof. Seicho Taniguchi diz na página 308 do livro Para Realizar o Amor e a Oração que “o caminho de Deus é um só: Reconciliarmo-nos com todas as coisas do céu e da terra”.

No dia 24 de março de 1985 na costa do Alaska um navio petroleiro da Cia. Exson Vadez espatifou-se nos arrecifes. Foram 32 milhões de litros de petróleo espalhados pela costa do Alaska, uma das maiores tragédias ecológicas daquela região.
O Mestre Masaharu Taniguchi nos diz que, muitas vezes, cometemos tragédias maiores em nossas vidas quando jogamos em nossos corações mágoas, ressentimentos, rancores, ódios, tristezas, pois cobrimos o nosso coração com uma mancha negra.

Eu cometi algumas tragédias em minha vida: Disse algumas vezes para minha mãe: “eu não pedi para nascer, portanto agüente”... E descobri através do ensinamento da Seicho-No-Ie que “além de pedir para nascer, ainda escolhi os meus pais”. Eu também dizia: “se estou sofrendo, a culpa é de vocês”... O Mestre Masaharu Taniguchi me ensinou que “se eu estava sofrendo, era eu o único responsável pelos meus sofrimentos”. Outra tragédia que cometi foi quando pensei muitas vezes: “eu odeio vocês”! E mais uma vez apreendi que, “só odiamos a quem amamos...e muito, muito.” Muitas vezes, não temos a compreensão exata do amor dos nossos pais.

Gostaria neste momento de agradecer ao meu pai e à minha mãe por não terem desistido de mim: “eu amo você papai, eu amo você mamãe”!

Muitos são os pais que estão neste momento escolhendo abortar para ter uma casa melhor, um carro melhor, fazer a viagem dos seus sonhos. Os nossos pais não optaram pelo aborto para que pudessem realizar os seus sonhos, pois, para eles, nós éramos, somos e seremos sempre os seus sonhos.

No livro Buscando o Amor dos Pais, na página 18, o Professor Kamino Kussumoto diz o seguinte: “Quem odeia o próprio pai, acaba odiando todos os homens; e quem odeia a mãe, acaba sentindo ódio de todas as mulheres”. Como pode ser feliz alguém que odeia o pai ou a mãe?
Buscamos encontrar a nossa metade da alma para fazê-la feliz e para consequentemente sermos felizes, mas se carregamos no nosso coração mágoas e ressentimentos em relação aos nossos pais, inconscientemente estamos negando a nossa própria felicidade.


Fernando Antônio
Mendes Marques

Palestra proferida na 49ª Convenção Nacional da Seicho No Ie 
www.sni.org.br 

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