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20 de janeiro de 2012

Claudio Aráoz: Por que as grandes decisões sobre pessoas são tão importantes?

Os líderes devem estar atentos. As grandes decisões sobre pessoas influenciam significativamente a atuação de uma empresa. Veja o que diz o consultor Claudio Aráoz
Tomar grandes decisões sobre pessoas, para uma empresa, é tão importante quanto fechar o planejamento estratégico, e os líderes devem se capacitar sobre isso. Essa conclusão fica evidente após ouvirmos a explanação, no Fórum HSM de Gestão e Liderança, do consultor, assessor e escritor argentino Claudio Fernández-Aráoz, um dos mais renomados consultores da atualidade e um dos maiores especialistas no mundo em decisões de contratação e promoção.

Com 25 anos de experiência no assunto, Fernández-Aráoz concluiu que tudo começa com o fator sorte. Além disso, há quatro pontos que são fundamentais para o sucesso de um líder: genética; aprender e se desenvolver sempre; capacidade de tomar decisões importantes; e aptidão para tomar decisões sobre pessoas. 

Na visão dele, nada é mais importante para o sucesso na carreira do líder do que fazer grandes nomeações. “Bons resultados só são possíveis quando os melhores profissionais ocupam as posições adequadas. Nada é mais importante do que isso, se quisermos ter sucesso profissional. Tudo o que fazemos irá depender das pessoas que selecionamos, sejam nossos resultados, desempenho ou riscos”, acentua.

Fernández-Araóz destaca que, em determinados mercados, o peso do líder é responsável por até 40% da variação de valor de uma empresa. Ele diz que Jack Welch, um dos CEOs mais admirados do mundo, admitiu que, mesmo depois de 40 anos de carreira, ainda erra em suas decisões sobre pessoas em 20% dos casos, mas que esses erros eram de 50%, quando iniciou a carreira.

Portanto, os líderes devem procurar se preparar para exercer a atividade de escolher as pessoas certas para sua equipe ou para sua empresa.

Se existe uma fórmula de sucesso profissional, destaca Fernández-Araóz, a importância das grandes decisões sobre pessoas é explicada por quatro grandes fatores (além da sorte, é claro):

- Genética
A genética estabelece limites, embora não seja estática. Nossa constituição genética explica porque algumas coisas são fáceis de aprender, enquanto outras são muito difíceis, para algumas pessoas.

- Desenvolvimento
É preciso investir sempre no desenvolvimento profissional, pois isso aprimora o nível de competência de um líder e aumenta suas chances de sucesso.

- Capacidade de tomar decisões importantes
As escolhas adequadas em nossa carreira multiplicam os esforços pessoais de desenvolvimento e também potencializam o nosso sucesso profissional.

- Aptidão para tomar decisões sobre pessoas
As decisões que tomamos sobre outras pessoas afetam o desempenho do setor, da área ou da empresa sobre nossa responsabilidade. Os riscos também são grandes, mas essas decisões constituem o maior desafio e, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade para os líderes.

Um exemplo de fazer as perguntas certas, segundo Fernández-Araóz, é a Amazon, uma das empresas mais bem-sucedidas da história. Jeff Bezos, presidente da empresa, diz que existem perguntas e respostas para se chegar ao sucesso. No início da carreira, é o como – “como fazer meu trabalho?”; “como eu delego?”; “como eu controlo?”. Quando avançamos e progredimos, a questão já muda para o quê e em que – “o que quero fazer?”; “em que quero trabalhar?”. 

Fernández-Araóz também citou o estudo “When does leadership matter”, de Harvard, sobre o valor das companhias e questionou a platéia: “Olhando os EUA no período de 1972 a 2002, qual empresa alcançou maior valor agregado?” As pessoas responderam: GE, IBM, Apple, 3M, Coca-Cola, Microsoft, Pfizer, Esso entre outras. Porém a empresa que alcançou um nível de rentabilidade adequado em 2001 foi a Southwest. A razão: foi a única empresa que tomou grandes decisões sobre pessoas na época.  

Outra citação de Fernández-Araóz foi a pesquisa “Huge Quantitative Challenge” (ou “Gigantesco Desafio Quantitavo”), em que ele trabalhou com o reitor de Harvard. A constatação mais marcante é que a maior parte das empresas quer crescer nos mercados emergentes, mas a densidade sucessória (expressa em termos de quantidade e qualidade de potenciais sucessores) é alta para apenas cerca de 15% dos líderes, na América do Norte e Ásia, e 29%, na Europa. 

E, além de tudo, não há como esquecer a sorte, ressalta Fernández-Araóz. As pessoas podem ser inteligentes, trabalhar duro, mas a sorte interfere. Muitas vezes, o fato de estarmos em determinado local, passarmos por certas situações, crescermos em uma família específica, nascermos com saúde e continuarmos no caminho influi de maneira expressiva no nosso desenvolvimento. 

“O importante é sabermos que essas grandes decisões têm uma importância vital sobre o nosso negócio, pois tudo é feito por pessoas e tudo gira em função do desempenho das pessoas. Grandes decisões são essenciais, e são o principal fator de sucesso”, salienta Fernández-Araóz.  

Portal HSM
06/04/2011

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