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27 de julho de 2011

Os portões de chegada


Cada abraço daqueles guarda uma história diferente...
Cada reencontro daqueles revela um outro mundo, uma outra vida, diversa da nossa, da sua...
Se você nunca teve a oportunidade de observar, por mais de cinco segundos, todas aquelas pessoas – desconhecidos numa multidão - esperando seus amigos, seus familiares, seus amores, não tenha medo de perceber da próxima vez, a magia de um momento, de um lugar.
Falamos dos portões de chegada de um aeroporto, um desses lugares do mundo onde podemos notar claramente a presença grandiosa do amor.
Invisível, quase imperceptível, ali ele está com toda sua sublimidade.
Nas declarações silenciosas de um olhar tímido. No calor ameno de um abraço apertado. No breve constrangimento ao tentar encontrar palavras para explicá-lo.
Na oração de três segundos elevada ao Alto - agradecendo a Deus por ter cuidado de seu ente querido que retorna.
Richard Curtis, que assina a produção cinematográfica de nome Love actually – traduzida no Brasil como Simplesmente amor, traz essas cenas com uma visão muito poética e inspirada.
O autor oferece na primeira e última cenas do filme exatamente a contemplação dos portões de chegada de um aeroporto e de seu belíssimo espetáculo representando a essência do amor.
Ouve-se um narrador, nos primeiros segundos, confessando que, toda vez que a vida se lhe mostrava triste, sem graça, cruel, ele se dirigia para o aeroporto para observar aqueles portões e ali encontrava o amor por toda parte.
Seu coração alcançava uma paz, um alívio, em notar que o amor ainda existia e que ainda havia esperança para o mundo.
Isso tudo pode parecer um tanto poético demais para os mais práticos, é certo.
Assim, a melhor forma de compreender a situação proposta é a própria vivência.
Sugerimos que faça a experiência de, por alguns minutos, contemplar essas cenas por si mesmo, seja na espera de aviões ou outros meios de transporte coletivos.
Propomos que parta de uma posição mais analítica, de início, com algumas pitadas de curiosidade:
Que grau de parentesco possuem aquelas pessoas? - Há quanto tempo não se veem? -  De onde chegam?
Ou, quem sabe, sobre outros: Que histórias têm para contar! -  O que irão narrar por primeiro ao saírem dali? Sobre a família, sobre a viagem, sobre a espera em outro aeroporto?
Ao perceber lágrimas em alguns olhos, questione: De onde elas vêm? - Há quanto tempo não se encontram? - Que felicidade não existe dentro da alma naquele momento!
Por fim, reflita:
Por quanto tempo aquele instante irá ficar guardado na memória! O instante do reencontro...
Tudo isso poderá nos levar a uma analogia final, a uma nova questão: não seria a Terra um imenso aeroporto? Um lugar de chegadas e partidas que não param, constantes, inevitáveis?
Pensando nos portões de chegada na Terra, lembramos dos bebês, que abraçamos ao nascerem, com este mesmo amor daqueles que esperam num aeroporto por seus amados.
Choramos de alegria, contemplando a beleza de uma nova vida, e muitas vezes este choro é de gratidão pela oportunidade do reencontro.
É um antigo amor que, por vezes, volta ao nosso lar através da reencarnação.
Pensando agora nos portões de partida, inevitavelmente lembramos da morte, da despedida.
Mas este sentir poderá ser também feliz!
Como o sentimento que invade uma mãe ou um pai que dá adeus a um filho que logo embarcará em direção a outro país, a fim de fazer uma viagem de aprendizagem, de estudo ou profissional.
Choram sim, de saudade, mas o sentimento que predomina no bom coração dos pais é a felicidade pela oportunidade que estão recebendo, pois têm consciência de que aquilo é o melhor para ele no momento.
                                                           *   *   *
Vivemos no aeroporto Terra.
Todos os dias milhares partem, milhares chegam.
Chegadas e partidas são inevitáveis.
O que podemos mudar é a forma de observá-las.
 
 Redação do Momento Espírita com base no cap. Os portões de chegada, do livro O que as águas não refletem, de Andrey Cechelero.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 12, e no livro Momento Espírita v. 6,  ed. Fep.

13 de julho de 2011

Oração para abençoar o local de trabalho

Deus, pai de bondade, criador de todas as coisas e santificador de todas as criaturas.

Suplicamos a tua benção e proteção sobre este local de trabalho;
Que a graça do teu espírito santo habite dentro destas paredes, para que não haja contendas nem desunião e que todos que precisarem do nosso atendimento sejam tratados com igualdade independente de posição social cor ou raça.

Afasta desse nosso local de trabalho toda inveja!
Que teus anjos de luz acampem ao redor deste estabelecimento e somente a paz e a prosperidade habitem nesse local.

Concede aos que aqui trabalham um coração generoso, para que o dom da partilha aconteça e as tuas bençãos sejam abundantes.
Dá saude aos que retiram desse lugar o sustento da familia, e que eles saibam e possam cantar louvores a ti.

Por Cristo Jesus. Assim Seja

12 de julho de 2011

A vida é feita de escolhas

E o amor é uma delas.
Acredito piamente que a vida de cada um de nós é composta por uma sucessão ininterrupta de escolhas. Fazemos escolhas todo tempo, desde as mais simples e “automáticas”, até as mais complexas, elaboradas e planejadas. Quanto mais maduros e conscientes nos tornamos, melhores e mais acertadas são as nossas escolhas.
Assim também é com o amor. Podemos escolher entre amar e não amar. Afinal de contas, o amor é um risco, um grande e incontrolável risco. Incontrolável porque jamais poderemos obter garantias ou certezas em relação ao que sentimos e muito menos ao que sentem por nós. E grande porque o amor é um sentimento intenso, profundo e, portanto, o risco de sofrermos se torna obviamente maior!
Por isso mesmo, admiro e procuro aprender, a cada dia, com os corajosos, aqueles que se arriscam a amar e apostam o melhor de si num relacionamento, apesar das possíveis perdas. Descubro que o amor é um dom que deve vir acompanhado de coragem, determinação e ética.
Não basta desejarmos estar ao lado de alguém, precisamos merecer. Precisamos exercitar nossa honestidade e superar nossos instintos mais primitivos. É num relacionamento íntimo e baseado num sentimento tão complexo quanto o amor que temos a oportunidade de averiguar nossa maturidade.
Quanto conseguimos ser verdadeiros com o outro e com a gente mesmo sem desrespeitar a pessoa amada? Quanto conseguimos nos colocar no lugar dela e perceber a dimensão da sua dor? Quanto somos capazes de resistir aos nossos impulsos em nome de algo superior, mais importante e mais maduro?
Amar é, definitivamente, uma escolha que pede responsabilidade. É verdade que todos nós cometemos erros. Mas quando o amor é o elo que une duas pessoas, independentemente de compatibilidade sanguínea, família ou obrigações sociais, é preciso tomar muito cuidado, levar muito o outro em conta para evitar estragos permanentes, quebras dolorosas demais.
O fato é que todos nós nos questionamos, em muitos momentos, se realmente vale a pena correr tantos riscos. Sim, porque toda pessoa que ama corre o risco de perder a pessoa amada, de não ser correspondida, de ser traída, de ser enganada, enfim, de sofrer mais do que imagina que poderia suportar. Então, apenas os fortes escolhem amar!
Não são os medos que mudam, mas as atitudes que cada um toma perante os medos. Novamente voltamos ao ponto: a vida é feita de escolhas. Todos nós podemos mentir, trair, enganar e ferir o outro. Mas também todos nós podemos não mentir, não trair, não enganar e não ferir o outro.
Cada qual com o seu melhor, nas suas possibilidades e na sua maturidade, consciente ou não de seus objetivos, faz as suas próprias escolhas. E depois, arca com as inevitáveis conseqüências destas.
Sugiro que você se empenhe em ser forte a fim de poder usufruir os ganhos do amor e, sobretudo, evitar as dolorosas perdas. Mas se perceber que ainda não está pronto, seja honesto, seja humilde e ao invés de jogar no chão um coração que está em suas mãos, apenas deixe-o, apenas admita que não está conseguindo retribuir, compartilhar…
E então você, talvez, consiga compreender de fato a frase escrita por Antoine de Saint Exupéry, em seu best seller O Pequeno Príncipe: “Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativa”.
Porque muito mais difícil do que ficar ao lado de alguém para sempre é ficar por inteiro, é fazer com que seja absolutamente verdadeiro… ou então partir, inteira e verdadeiramente também! E é exatamente isso que significa sermos responsáveis por aquilo que cativamos…
Rosana Braga

10 de julho de 2011

Miss Imperfeita!

por Martha Medeiros

Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se
isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional,mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana,vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!

E, entre uma coisa e outra, leio livros.
 Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas
coisinhas que operam milagres.
 Primeiro: a dizer NÃO.
 Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por
nada, aliás.
 Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na
sua lista a Culpa Zero.
 Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da
maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria
modelo para os outros.
 Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo
o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
 Você não é Nossa Senhora.
 Você é, humildemente, uma mulher.
 E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada,
não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por
dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser
indispensável. É ter tempo.


Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
 Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
 Tempo para sumir dois dias com seu amor.
 Três dias. Cinco dias!
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.
 Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos
de beleza.
 Tempo para fazer um trabalho voluntário.
 Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
 Tempo para conhecer outras pessoas.
 Voltar a estudar.
 Para engravidar.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será
editado.
 Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser
perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.
 Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de
ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.
 Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
 A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for
super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem
avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.
 Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada
pedacinho de si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!
 Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser
independente.

Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre
para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

 Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa
Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
 Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso,
francamente, está precisando rever seus valores.

 E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à
beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida
interessante'


Martha Medeiros - Jornalista e escritora

2 de julho de 2011

Se o amor não vai bem, concentre-se em você!

por:: Rosana Braga ::


Na semana passada, escrevi sobre dar um tempo para o amor. Ou seja, se a relação não vai bem, muitas vezes precisamos baixar a ansiedade e esperar, até que a situação melhore; pois ela sempre melhora, de uma forma ou de outra! Fiquei impressionada com a quantidade de mensagens que recebi.

Percebi que a dúvida não está em dar um tempo, mas em como conseguir fazer isso, em como suportar a espera. Realmente, é sempre muito difícil esperar. A paciência é o exercício da espera... um grande e penoso aprendizado para nós, seres humanos.


Mas, sabe, a verdade é que só há uma maneira de dar um tempo para o amor.

É tirar o foco do outro e colocá-lo em você! Isto é, existem momentos na vida em que, mais do que nunca, precisamos olhar para nós mesmos, nos concentrarmos em nossos próprios sentimentos, lançarmos mão de nossa coragem e perguntar ao nosso coração o que realmente queremos, do que realmente gostamos e o que realmente estamos fazendo com nossas vidas...

Geralmente, quando estamos num relacionamento, costumamos nos concentrar no outro quase que totalmente, seja nas características boas, seja nas ruins. Por conta disso, passamos a responsabilizar o outro tanto por nossa felicidade (quando tudo vai bem), como por nossa dor, por nossos medos, inseguranças e tristezas (quando tudo vai mal)...


Se tudo vai bem, nem percebemos. Mas quando a desilusão chega (e ela sempre chega, porque é uma grande mestra: nos tira da ilusão em que estávamos vivendo), fica muito doloroso admitir que também somos responsáveis, que também contribuímos para que certas ilusões fossem criadas e mantidas... E, assim, recusando a dor, negando nossa participação, nada conseguimos fazer, nada podemos mudar e não sabemos como sair desse jogo.

Certamente, escrever é bem mais fácil do que viver, mas eu lhe garanto: sei o quanto é difícil, mas sei o quanto é possível! Então, sugiro que diante da desilusão, diante da crise que vai se instalando dia-a-dia numa relação de amor, você se concentre em si mesmo.


Todos nós, algum dia em nossas vidas, já quisemos mudar a pessoa amada. Já desejamos que ela fosse diferente, que agisse de outra maneira, que nos dissesse outras palavras e talvez até sentisse outros sentimentos. Mas nos deparamos com a impossibilidade de mudar o outro.


É assim: descobrimos a duras penas que não podemos melhorar o outro porque já temos dificuldade e trabalho o suficiente para melhorarmos a nós mesmos. Mas nem sempre nos damos conta de que a melhora pede conhecimento, dedicação e coragem.


Só poderemos sair da dor quando soubermos exatamente onde está nossa ferida. Sim, porque o outro não tem o poder de nos fazer sofrer se, antes, nós mesmos não tivermos criado uma ferida para que, ao ser tocada, sintamos dor... Ou seja, o outro não nos machuca, apenas toca em nossos machucados (feitos por nós mesmos) para nos lembrar de que eles ainda estão ali, precisando de cuidados, de atenção, de tratamento.


Faça um check-up interno. Descubra quais são as feridas que você foi lhe fazendo ao longo da vida. Lembre-se das vezes em que os acontecimentos não foram exatamente como você esperava, como você gostaria e que, por isso, você se feriu, se culpou, não foi capaz de aceitar o ritmo do Universo.


Esteja certo de que, uma vez detectadas as suas feridas, você saberá como curá-las. Saberá ainda que é exatamente esse o tempo que a gente dá para a relação. Um tempo para nós mesmos, para nossas dores, para nossa cura... Para nossa evolução!


E de tempo em tempo, de dor em dor, estaremos cada vez mais prontos para viver o amor...