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27 de janeiro de 2012

Sexo casual: fazer ou não fazer?

:: por Rosana Braga ::

Há tempos venho pensando no assunto. Não exatamente sobre fazer ou não fazer, mas sobre a conotação que as pessoas, a sociedade e a mídia têm dado ao ato sexual. A impressão que fica é de que, na maioria das vezes, temos caído em dois perigosos extremos: ou se romantiza demais ou se banaliza demais!

Portanto, penso que o ideal, ao falarmos sobre o assunto, é tentar encontrar o equilíbrio e, sobretudo, a possibilidade de uma postura saudável diante das escolhas. Sem querer minimizar o que quer que faça parte dos valores de cada um, apenas para facilitar a compreensão, penso que podemos traçar um paralelo entre sexo e comida.

A começar pelo sábio ditado que diz que "somos o que comemos", podemos ter uma ideia da importância de nossas escolhas ao compor nosso cardápio diário. Comer demais causa obesidade. Gordura em excesso entope as artérias do coração e causa doenças cardíacas. Açúcar além da conta pode causar, entre outros danos, diabetes. Alimentos industrializados podem provocar câncer. Por outro lado, alimentos naturais e até mesmo alguns não tão politicamente corretos, quando consumidos com moderação e consciência, não prejudicam a saúde. E por aí vai... Você certamente já sabe de tudo isso.

Bem, com as relações sexuais, é mais ou menos a mesma coisa. Poderia citar aqui o que pode causar o sexo sem responsabilidade, mas acredito ser desnecessário. Sendo assim, se a pergunta é "sexo casual: fazer ou não fazer?", sugiro algumas importantes reflexões: este status de "casual" é uma opção ou uma falta de opção? E se é uma opção, ela tem a ver com uma atitude também casual ou recorrente? Se for recorrente, será que se trata de uma fuga, um medo, uma dificuldade de estabelecer vínculos afetivos? Está tentando enganar a quem?

No mais, você realmente quer ou simplesmente está se deixando levar pela escolha do outro? Você está reconhecendo seu próprio desejo, em seu corpo, em seus batimentos cardíacos, ou apenas está reproduzindo um comportamento ditado pela mídia como sendo o mais condizente com os tempos atuais?

O fato é que se você tem se tornado aquele tipo de pessoa que vai às baladas e já parte para os "finalmentes", certamente está banalizando o ato sexual, desconsiderando seus sentimentos e desvalorizando seu coração. E se, por outro lado, vive negando sua sexualidade, usando seu sexo como passaporte para conquistar algum outro status ou transformando-o numa espécie de leilão, também está seguramente se equivocando na dose.

Transar ou não transar tem que estar diretamente relacionado com uma fórmula poderosíssima: aquela resultante da combinação entre o que você sente, pensa e quer. Ou melhor, seus sentimentos, desejos, valores e responsabilidades.

Quer? Acredita que não está violando sua própria ética? Pode arcar com as consequências? Sabe fazer com responsabilidade? Então, vá por inteiro. Entregue-se de corpo e alma e faça esse momento valer a pena. Sem culpas, sem tabus, sem pudores inúteis e sem falsos moralismos. Porque sendo casual ou não, fazer amor tem de ser uma escolha que conduza os envolvidos ao prazer, à alegria, à delícia de se saber visto, querido e pulsante! E isso só pode ter a ver com maturidade e, por que não dizer?, amor...

20 de janeiro de 2012

Claudio Aráoz: Por que as grandes decisões sobre pessoas são tão importantes?

Os líderes devem estar atentos. As grandes decisões sobre pessoas influenciam significativamente a atuação de uma empresa. Veja o que diz o consultor Claudio Aráoz
Tomar grandes decisões sobre pessoas, para uma empresa, é tão importante quanto fechar o planejamento estratégico, e os líderes devem se capacitar sobre isso. Essa conclusão fica evidente após ouvirmos a explanação, no Fórum HSM de Gestão e Liderança, do consultor, assessor e escritor argentino Claudio Fernández-Aráoz, um dos mais renomados consultores da atualidade e um dos maiores especialistas no mundo em decisões de contratação e promoção.

Com 25 anos de experiência no assunto, Fernández-Aráoz concluiu que tudo começa com o fator sorte. Além disso, há quatro pontos que são fundamentais para o sucesso de um líder: genética; aprender e se desenvolver sempre; capacidade de tomar decisões importantes; e aptidão para tomar decisões sobre pessoas. 

Na visão dele, nada é mais importante para o sucesso na carreira do líder do que fazer grandes nomeações. “Bons resultados só são possíveis quando os melhores profissionais ocupam as posições adequadas. Nada é mais importante do que isso, se quisermos ter sucesso profissional. Tudo o que fazemos irá depender das pessoas que selecionamos, sejam nossos resultados, desempenho ou riscos”, acentua.

Fernández-Araóz destaca que, em determinados mercados, o peso do líder é responsável por até 40% da variação de valor de uma empresa. Ele diz que Jack Welch, um dos CEOs mais admirados do mundo, admitiu que, mesmo depois de 40 anos de carreira, ainda erra em suas decisões sobre pessoas em 20% dos casos, mas que esses erros eram de 50%, quando iniciou a carreira.

Portanto, os líderes devem procurar se preparar para exercer a atividade de escolher as pessoas certas para sua equipe ou para sua empresa.

Se existe uma fórmula de sucesso profissional, destaca Fernández-Araóz, a importância das grandes decisões sobre pessoas é explicada por quatro grandes fatores (além da sorte, é claro):

- Genética
A genética estabelece limites, embora não seja estática. Nossa constituição genética explica porque algumas coisas são fáceis de aprender, enquanto outras são muito difíceis, para algumas pessoas.

- Desenvolvimento
É preciso investir sempre no desenvolvimento profissional, pois isso aprimora o nível de competência de um líder e aumenta suas chances de sucesso.

- Capacidade de tomar decisões importantes
As escolhas adequadas em nossa carreira multiplicam os esforços pessoais de desenvolvimento e também potencializam o nosso sucesso profissional.

- Aptidão para tomar decisões sobre pessoas
As decisões que tomamos sobre outras pessoas afetam o desempenho do setor, da área ou da empresa sobre nossa responsabilidade. Os riscos também são grandes, mas essas decisões constituem o maior desafio e, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade para os líderes.

Um exemplo de fazer as perguntas certas, segundo Fernández-Araóz, é a Amazon, uma das empresas mais bem-sucedidas da história. Jeff Bezos, presidente da empresa, diz que existem perguntas e respostas para se chegar ao sucesso. No início da carreira, é o como – “como fazer meu trabalho?”; “como eu delego?”; “como eu controlo?”. Quando avançamos e progredimos, a questão já muda para o quê e em que – “o que quero fazer?”; “em que quero trabalhar?”. 

Fernández-Araóz também citou o estudo “When does leadership matter”, de Harvard, sobre o valor das companhias e questionou a platéia: “Olhando os EUA no período de 1972 a 2002, qual empresa alcançou maior valor agregado?” As pessoas responderam: GE, IBM, Apple, 3M, Coca-Cola, Microsoft, Pfizer, Esso entre outras. Porém a empresa que alcançou um nível de rentabilidade adequado em 2001 foi a Southwest. A razão: foi a única empresa que tomou grandes decisões sobre pessoas na época.  

Outra citação de Fernández-Araóz foi a pesquisa “Huge Quantitative Challenge” (ou “Gigantesco Desafio Quantitavo”), em que ele trabalhou com o reitor de Harvard. A constatação mais marcante é que a maior parte das empresas quer crescer nos mercados emergentes, mas a densidade sucessória (expressa em termos de quantidade e qualidade de potenciais sucessores) é alta para apenas cerca de 15% dos líderes, na América do Norte e Ásia, e 29%, na Europa. 

E, além de tudo, não há como esquecer a sorte, ressalta Fernández-Araóz. As pessoas podem ser inteligentes, trabalhar duro, mas a sorte interfere. Muitas vezes, o fato de estarmos em determinado local, passarmos por certas situações, crescermos em uma família específica, nascermos com saúde e continuarmos no caminho influi de maneira expressiva no nosso desenvolvimento. 

“O importante é sabermos que essas grandes decisões têm uma importância vital sobre o nosso negócio, pois tudo é feito por pessoas e tudo gira em função do desempenho das pessoas. Grandes decisões são essenciais, e são o principal fator de sucesso”, salienta Fernández-Araóz.  

Portal HSM
06/04/2011

16 de janeiro de 2012

Tá faltando mulher

Por  Gisela Campos!
“O que mais encontro é homem atrás de uma mulher de verdade. Porque, de “piriguetes”, o mundo tá cheio”, me escreve Bia. Além da Bia, muitos leitores se queixam: não tem mais mulher pra namorar. Tem mulher na balada de saltão e vestidinho colado, tem mulher fazendo bonde em baile funk, tem mulher pegando ponte aérea… Mas não tem mais mulher pra na-mo-rar.
E afinal de contas, o que é mulher “pra namorar”? Eles dizem que é a mulher para ser “mãe dos filhos deles”. Isso ainda existe? E as “piriguetes” não são “namoráveis”? (Será que elas sabem disso?) Talvez elas não dêem a mínima, queiram só se divertir, fazendo coro à leitora Claudilene, que diz que “pra arrumar porcaria, é melhor ficar sozinha, livre, leve e solta”. Ou como outra leitora, para quem “homem é igual camarão: aproveita o corpo e joga a cabeça fora”.
Pelo que parece, viramos vorazes devoradoras de homens. E variamos de parceiros da mesma forma que (imaginamos) os homens fazem. Como diz o ditado: “camarão que dorme, a onda leva”. Pelo andar da carruagem, concluo que passamos a categorizar os homens em “homem-pra-namorar” e “homem-pra-ficar”. O homem para namorar é aquele que a gente quer que seja o pai dos nossos filhos e o homem para ficar, bem, este nós sabemos… Tudo de acordo com a filosofia de uma das leitoras que diz que enquanto não acha o “certo”, se diverte com “os errados”. Mas e se, no meio do caminho, uma periguete se apaixonar por um “homem-pra-namorar”? Ou o homem-pra-namorar nunca ficaria com uma “periguete”? E “periguete” não é mulher?
Será por isso que os homens se queixam de que não tem mulher? Será que não estamos nos perdendo no meio de tantos escaninhos, querendo encaixar pessoas em categorias que só existem nas nossas cabeças?
Ou será que ninguém mais quer namorar mesmo? Ou todo mundo quer namorar, mas esqueceu como se faz? Os homens dizem que falta mulher. As mulheres dizem que falta homem. Se não tem homem e não tem mulher, então onde está todo mundo? Quem são estas pessoas que a gente vê pela rua todos os dias?
Talvez a resposta esteja no desencontro. Os papéis ancestrais se perderam: passamos muito mais anos escondidas nas cavernas carregando os filhotes nas costas, esperando que um homem nos trouxesse comida do que arcando com nossa própria subsistência. Por outro lado, os homens também passaram os últimos séculos como “reis da cocada preta”, mandando e desmandando enquanto provedores de seus lares. É tudo muito novo para todos nós.
Mas nos dias de hoje, já não sabemos mais quem tem que sustentar a casa, lavar a louça ou trocar as fraldas do bebê. A mulher sai para trabalhar e ganha igual ao homem, mas ainda se ressente em dividir as contas. O homem não é o mais o provedor que sustenta a casa, mas ainda se recusa a fazer o jantar. Ninguém sabe mais o que quer ser quando crescer.
E a porta da rua nunca foi usada com tanta facilidade. Saímos das relações como quem troca de roupa, em busca de uma felicidade que estará no próximo parceiro: “não suportamos nada, não temos paciência e tolerância com os homens”, escreve a leitora Elaine. “O que falta em muitos casos é interesse mútuo, aliado a egos inflados e indisposição para o diálogo”, complementa Carlos. Realmente, parece que a “tolerância não é o ponto forte de nossa sociedade”, como salienta outra leitora.
Não sei. De um lado, faltam homens e mulheres. De outro, como diz um leitor,“sobram mulheres sozinhas e homens sozinhos”, como diz um leitor. Confesso que agora fiquei meio perdida.